PSG (Para Sempre um Genérico)


Me desculpem os adeptos da equipe parisiense, mas assistir aos jogos do clube que tem o famigerado projeto "Champions em 5 temporadas" faz você refletir sobre os tempos em que montava equipes galáticas no videogame, aumentava para o maior nível de dificuldade possível e, mesmo com tantas estrelas superhabilidosas em campo, seu time não rendia o que era esperado. Essa é a sensação desde quando Nasser Al-Khelaïfi assumiu o clube, em 2011.

É difícil para qualquer amante do futebol ver equipes montadas com nomes como Ibrahimović, Lucas (até então ainda cotado como futuro craque brasileiro), Thiago Silva, Beckham, Marco Verratti, Cavani, Mbappé, Dani Alves, Neymar e Buffon, entre outros, e não darem certo em qualquer aspecto de conjunto e peso histórico no cenário europeu. Apesar de gastar milhões e quase sempre ser ameaçado com punições vindas do Fair Play financeiro da UEFA, o Paris Saint-Germain não cria uma estrutura de vínculo com seu torcedor. São vários craques que constroem sua história fora do clube e são chamados a Paris na tentativa de "emprestar" um pouco de suas conquistas, uma espécie de vencer por osmose. Nada é criado e perpetuado dentro do próprio PSG. Ponto fundamental para qualquer equipe: as categorias de base, no Paris, são inexistentes. Te dou dois minutos para citar um nome que seja revelação da base da equipe que tenha vingado no próprio clube ou até vestindo outra camisa. Não há!

As ações de marketing enaltecendo os atletas são brilhantes, mas ninguém nunca parou para pensar como deve ser o vestiário de um clube onde há jogadores jovens e milionários, outros consolidados e já ultra-campeões e rodados pelo mundo. Realmente deve rolar pouco egocentrismo nesse ambiente... Na verdade, são vários pombos estufados que conseguem passar por cima até da própria instituição. Ser campeão francês cem vezes consecutivas não traz a "casca" necessária para um time criar peso, criar camisa, ser temido pelos adversários. Claro, entra também um toque de azar nas trágicas eliminações do clube em fases decisivas da Champions League. Situações onde é possível criar o quadro "Coisas que só acontecem com o PSG", mas essas tragédias são as traduções do fracasso sequencial.

Em 2016, numa entrevista, o diretor-geral adjunto do Paris Saint-Germain, Frédéric Longuépée, afirmou que há mais torcedores do clube no Brasil do que em Paris e na França. Os próprios franceses não criam identificação com o clube. A compra do grupo investidor transformou a equipe parisiense numa grande empresa geradora de dinheiro. Os resultados esportivos são secundários, e a construção de uma identidade junto ao torcedor francês é muito demorada para quem precisa fazer grana hoje.

Não se fazem grandes times apenas com craques; é sempre preciso ter os famosos "carregadores de piano", atletas que venham da base e que entendam o que é o mundo PSG. É preciso promover ações de popularização e valorização da história desde 1970, quando cerca de 20 mil torcedores franceses iniciaram a fundação do PSG, querendo que Paris tivesse uma grande equipe, querendo um clube não para ser marca, mas sim para marcar história.

Comentários

  1. PSG sempre será pequeno em cenário europeu, só é bom pra pegar no vídeo game, falo mesmooooooo

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